sábado, 8 de outubro de 2011

Amado Meu


Ela- No meu ouvido um ar quente...
Sinto de tão perto, o Teu respirar!
Oh, meu Amado... Não se vá; 
Pra onde eu não te possa alcançar...

Ele- "Oh, amada minha por que irei?
Me deixe então teus pés lavar!
Ah, poma minha, por que persiste;
Se no meu colo estou a te carregar?

Por que pergunta se de ti, retirei minha presença?
E continuas a falar com tanta precisão?
Por acaso o teu nome não está gravado;
Dentre as palmas de minhas mãos?

Porei em ti todo meu amor...
Todo meu carinho e atenção...
Me reclinarei sobre ti;
Abraçarei teu coração...

Tua és tão preciosa, minha querida...
Noiva minha, você me alegra!
Entre todas estações;
Tu és a minha primavera!"

Ela- Como poderei escapar
Deste amor, a mim, concedido?
Antes pudesse imaginar
Tanto, e tão lindo amor, correspondido... 

Eu sou tua, Amado da minh'alma... 
Então, suavemente, descansarei em Ti...
Deitarei no Teu colo, confiante;
Sabendo que dali, nunca mais irás partir.


terça-feira, 4 de outubro de 2011

(...)

 Eu achei que tu estava;
 Nos lugares que encontrei...
 Mas por lá nunca passou;
 Por onde sempre procurei...


    Será que em ti encontro descanso?
    Para as asas cansadas do meu coração?
    Poderei, em ti, deixar de voar;
    Percorrendo sem direção?


         Pois vejo que corre uma esperança;
         Nos mares vivos do teu olhar...
         Onde estou sempre embarcando;
         Com muito medo de naufragar...


                  É que felizmente, só agora;
                  Eu pude compreender...
                  Que entre todos que procurei;
                  Meu anjo sempre foi você!


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Novo Vinho Pelo Sangue







Digo-te além que sou uma talha;
Uma talha oca de pedra.
Digo também que aqui dentro dela;
Ressoa o eco do que não há nela.

Seguindo profundo lhe direi em segundo;
Que sem eira nem beira aqui vive um odre;
Envolto num Sangue;
Totalmente nobre!

Seguirei eu, então, rumo a distância;
A procura de um vinho novo;
Que ão de derramar no odre;
E sobre a talha, o seu renovo...

Pois, sobre tudo, em carne eu parti...
Fui crucificado enfim...
Pois já não sou eu quem vive;
Mas Cristo vive em mim.

sábado, 10 de setembro de 2011

Por lugares frios pairei...
Nas sombras me escondi...
Milhas caminhei...
Sofrendo e morrendo sem Ti...
Pra trás deixei a realeza;
A pureza;
A beleza...
O que eu fiz com tudo o que me deste?
Que valor dei aos tesouros que ganhei?
Mas que glorioso dia foi em que;
Quando voltei, você veio; 
Ao meu encontro me abraçar!
Que glorioso dia foi em que me tomou nos teus braços;
Me envolveu no teu colo;
E num gramado esverdeado;
Comigo correu como uma gazela;
Glorioso como um leão;
Rápido como um falcão;
Forte como um trovão;
E comigo dançou;
A melodia dos céus...
Enchendo, completando meu coração...
Eu só quero declarar
O indeclarável ;
O imensurável;
Amor incontrolável;
Que tenho por ti
Jesus!



quinta-feira, 14 de julho de 2011

Jamais

Jamais senti paixão melhor
Jamais irei sentir
Jamais tão perto do amor
Jamais irei partir

Jamais eu quero outro amor
Jamais posso viver sem Ti
Jamais me apaixonei de novo
Jamais outro irei servir

Jamais O abandonarei
Jamais quero padecer
Jamais sem Teu abraço
Jamais irei entender

Jamais enquanto não trouxer
Jamais aquele que pra mim enviar
Jamais irei morrer de novo
Jamais com quem não vai me amar

Jamais Tua verdade
Jamais se sessará... pura e crua...
Jamais a minha vontade, porém... revele a Tua.


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Naquele Tempo

Naquele tempo 
quando andávamos ao luar
As estrelas paravam
A nos observar 

Naquele tempo 
Era felicidade incontida
Meu peito transbordava
De inúmera alegria

Com você eu estava lá
Assistindo com diversão
O show que mostrava no céu
'Estrelas que caem ao chão'

Será que não lembra?
Será que nada o faz pensar?
O quanto fomos felizes
O quanto me fez sonhar...

É, foi bonito aquele tempo
Toda promessa e sentimento
Cada pedaço, cada detalhe
As conversas ao relento

Mas que agora eu preciso afogar
No mais profundo do mar
Então vá morar com os peixes
E não se atreva a respirar! 

Tudo de Novo


Recomeçar é tampar pegadas antigas
E seguir um caminho diferente
É jogar os cacos fora 
E formar um vidro novo

É queimar uma linda pintura
E desenhar num quadro em branco
É arrancar uma árvore pela raiz
E ali plantar sementes 

É desformar um rosto 
E sair a procura de uma nova face
É tombar e se levantar
É a letra após o ponto

É tentar de tudo um pouco
É estar sempre disposto
E dali recomeçar;
Tudo novo de novo.


terça-feira, 17 de maio de 2011

Valter Ferreira de Azevedo



Ah... se a ironia do destino não estragasse tua carne
Se a sabedoria do Criador não buscasse teu sopro
E desse rumo a teus sentimentos e sentidos

Se o ar que se expande, embora não te visse, te tocasse
E o raio solar te encontrasse entre nós
Se meus olhos caminhassem por teu rosto;

Se meu corpo sentisse teu calor, e não fosse sonho, mais uma vez...
Se pudesse te abraçar com vida tão forte quanto a morte
Assim te teria de volta!

Pois já não é meu e nunca foi...
Pois já não se vive, já se foi...
Buscarei de ti o que puder em mãos;

E das saudades as lembranças será a nossa ligação.
Quem me dera meus cinco anos fosse agora
Pra não sofrer melancolia de outrora... 

E reviver tempos difíceis
Em que tua ausência 
Se firmou.

O choro morre... a dor se vai...
Mas comigo, tu fica;
Saudoso e querido pai.


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Regalia



Menina o que tanto esbanja?
O vento se alegra em tua presença
E com o carisma da tua dança

Acompanha teus cabelos longos
E se deleita no encontro dos teus olhos escuros

É o vento que lhe faz companhia
Na lua cheia 
E te divide com o sol ao meio-dia 

É o vento que te acorda na madrugada
Com inefável alegria

Contigo ele dança
Ao ouvir a melodia

Ei, menina! O vento se enamorou...
E agora farás o que?
Dance com toda alma... Sinta-o amar você

Pois a ti, ele nunca terá
Será eterno observador...

A beijar saudosos passos 
Que em ti se apaixonou.



domingo, 24 de abril de 2011

Página Virada


Estende ao longo dos momentos
O essencial e um personagem importante;

(Composição do meu livro pessoal...)
Simplesmente aquela 'palavra' 

_ Minha palavra_
Caminha distante; para o longe...
_ Que ainda não compus_ 
Mas que livre; nascerá...

E nela brota minhas saudades
Leva embora sem piedade
Para o longe que já vive
Tudo aquilo que sempre prezei 

Tanto faz... Que leve embora... 
Já não sinto nada... Já não consigo expressar...
Pois o que eu mais temia aconteceu 
Só me resta conformar...

domingo, 17 de abril de 2011

Lembranças


Vasculho as lembranças
Tentando sentir
O gosto de cada uma
Nos momentos que vivi

Não me pergunte; não saberei!
Só me deixe expressar...
Foi um meio que encontrei...

Serás meu julgador?
Palavras não acharás!
Sou apenas uma jovem
Com vontade de chorar

Então não venhas aqui me ver
E querer compreender
Nenhuma das palavras 
Que eu torno a escrever

É só uma arte, é meu eu-lírico.
Então respeite!
Que sentirei, agora, os instantes
E o tempo esquecido...


Melodia no Leito

Morro aos poucos, todo dia
Em desgosto e alegria...

E andando sigo enquanto resta vida
A procura de algo que envileça
Esta mísera carne doída

Suplico por pedras e marés
Montanhas e árvores antigas
Qualquer "algo" e quaisquer coisas
Que me lembre regalia

Traço a letra e espero
Já não sigo mais sofrida
O silêncio é o ponto; que findou à esta linha.

Este verso é meu sepulcro
Que sofreu na heresia
Deixe aqui então tuas flores
Que minha morte é poesia.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Arranquei-o do peito
E a palpitar entreguei-o a ti
Um coração tortuoso
Viciado em se partir.
Meus olhos deitam tristes
E sossegam infelizes
Guardando verbos conjugados
D'uma franqueza incomparável

De um quase acontecido;
Que nunca irás compreender
A razão pela qual
Eu viera escrever

Quisera eu expressar
Exatamente o que senti
Mas só tenho a relatar
Esta inútil escrita aqui.

Despediu-se agora as lágrimas
Que tu formara em mim
Não vejo razão alguma
Mas sinto que seja o fim!

domingo, 20 de março de 2011

O Começo do Fim

Assemelhei-me ao ultimato da fênix e parti
De pés no chão
Sob um reinado lunar

Deixando para trás
Tanto a desejar

Ondas dançantes ao mar
Aurora que penteia o vento
Que me afogo em grandiosa beleza 

Morrendo
Sedento

E ali, meu corpo náufrago
Engolido mar adentro
Deixa marcas de bravura

Que excede
Entendimentos.

terça-feira, 1 de março de 2011

Sem limites;
  Sem lógica;
     Restrições ou fronteiras...
       Daí é a alma


Poesia verdadeira.

Amor Físico

No frio que não existe
Dou de graça meu sabor
Num sentimento invernal
Deplorável do que sou;

Mas na candura dos teus braços
Gelo arde no calor
E na mercê dos teus lábios
Não existo, meu amor!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Oh, dor perversa!
            Ora alegria infame

Ai... O coração desperta

Raiou num bosque
           Manchou o sangue.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Poeta Relapso

Peço-lhes perdão!
Sem êxtase;
Sem ar
e inspiração.

Rei dos reis

Vem Ele ecoando o vento que assopra a terra
Chorando rios, entrelaçando montanhas

Queimando chamas que ardeu da fonte
Navegando pelas gotas do oceano...

Resgatando o frio árduo da tempestade
Saltando montes e arbustos verdejantes...

Levita um rabisco de cores no ar
Bafeja pássaros e flores aos horizontes

Inspira o que És, expira Sua presença...
E assim Ele vive e vida nos dará;

De eternidade à eternidade!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Elas

                                  Elas me juraram segredo!
                                  Não vão contar a você...

"Minhas cúmplices sejam discretas!"
 Não o deixem que as vejam
 E por mais impossível que seja

                                  Pois é só olhar pra elas
                                  E verá estampado nas estrelas

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

15 anos


Se posso lhe pedir
Pedirei claramente
Só não se assuste leitor
Sou surreal pertinente
Mas se posso então escolher
Me dê um poeta de presente!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ex Paulista

Lá se vai o são-paulino
Dando adeus ao horizonte
Sorriso torto e vácuo
Cenho desafinado

Sustento desalento
Atento violento
Porte truculento
Rapaz turbulento

Segredos adere seu passado
Só se vem passos, passos...
Em seu peito uma inútil nostalgia
Imagem revelada! Torna agora poesia.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Primeiro Inventor

Antes de sentir meu próprio corpo
Já o delineava por meio de linhas e sombras
Dando relevo a cada curva

Antes de sentir meu próprio cheiro
Soprou em mim
Exalando minha pele

Então determinou-me em ventre carnal
E ali virei feto soberbo
Crescendo em segredo.